Opinião Construtiva | Amor, humildade, fé, confiança e esperança: elementos norteadores do diálogo libertador – por Mário Disnard
De fato, quando pensamos em manipulação, sujeição, ordens, imposições, muitas vexes justificadas pelo próprio amor, mas que não permitem a liberdade, os homens não são vistos como sujeitos, mas como objetos da transformação. No amor verdadeiro, o diálogo torna-se um compromisso, um ato de valor, no qual seus sujeitos permitem-se libertar da opressão e “passam a criar a si mesmos e ao mundo, não já como objetos, mas como sujeitos que fazem a própria história na liberdade que o amor lhes dá como direito”.
Para Freire (2005) o diálogo é mais que a pronúncia do mundo, é um ato de amor, significando compromisso com os homens que se encontram na condição de oprimidos, assumindo responsabilidade com sua causa, autossuficiência, de alienação da ignorância que dá lugar à confiança, à esperança, ao pensar verdadeiro, crítico, ao encontro dos homens para ser mais, acreditar em suas possibilidades, antes mesmo de se dizer comprometido com suas necessidades.
Finalizando, constituiu-se numa relação de horizontalidade, permitida pela existência da confiança, de um lado ao outro, implicando testemunho dos sujeitos, de acordo com suas convicções e intenções. Não há confiança, “se a palavra, descaracterizada não coincide com os atos. Dizer uma coisa e fazer outra, não levando a palavra, a sério, não pode ser estímulo a confiança”. Podemos considerar, nesse aspecto, a importância das relações estabelecidas entre os sujeitos, pois são nessas relações que se estabelecem a confiança necessária ao diálogo autêntico.
Comentários
Postar um comentário