O enfermeiro João Batista Vieira Sales, natural de Catende-PE,
congrega na Igreja Assembleia de Deus. Ele contraiu a covid-19 no ambiente de
trabalho. Após uma quarentena com muitas dificuldades, mas com fé na graça e na
misericórdia do Senhor Jesus, o Irmão Batista – como e mais conhecido – foi
curado da doença. Nesta entrevista ao colaborador Fábio Santana, ele conta
detalhes da experiência. Confira:
Irmão Batista, como você contraiu a covid-19?
Eu contraí com uma pessoa que
estava infectada, uma companheira de trabalho. Ela não sabia que estava
infectada e tivemos aproximações com ela – aperto de mão, abraço. Ela é uma
pessoa muito animada, conversa com todo mundo. Ninguém imaginava que ela estava
com o vírus. Depois deste período, com cinco dias ela foi afastada do trabalho
com a suspeita da covid-19. Ela fez o teste e, dois dias depois, as pessoas que
se aproximaram dela também ficaram com os sintomas. Quando o exame dela chegou,
o resultado deu positivo e a gente já estava com a covid. Fizemos, depois, o
teste, que deram positivo. O vírus não avisa com quem está. O vírus apresenta
sintomas gripais, como uma virose. Depois, vêm os outros sintomas. Por isso a
importância do chamado isolamento social. Com os EPIs, por mais proteções que
tenhamos, o isolamento social é que faz segurar um pouco esta pandemia.
Me diga o que se passou por sua cabeça quando soube que
estava com a covid-19, vendo tantas pessoas morrerem ao contrair o vírus?
A realidade foi a seguinte: os
sintomas, quando senti de início, procurei logo a UPA, mas na minha convicção
eu não estava com o vírus. Porém, quando cheguei na UPA me colocaram no setor
da covid. Fiquei em uma sala com cinco pessoas com suspeita. Quando a médica
veio, falei para ela o que sentia e disse: ‘estou apenas com crise de
amigdalite. Se eu tomar uma Benzetacil, creio que vou melhorar’. Assim ela fez,
aplicou uma Benzetacil. Depois eu voltei para casa.
Depois de uns dois dias, a
garganta melhorou um pouco, mas não desinflamou. A situação se agravou. Comecei
a ter diarreia. As dores no corpo aumentaram. Então, voltei à UPA para ser
examinado e me encaminharam ao Hospital Regional do Agreste. Lá, fui examinado
por um médico que me passou medicações, as quais tomei e passei por situações muito
difíceis. No terceiro dia, eu pensei que iria morrer – com febre, diarreia,
dores no corpo. Contudo, o Senhor Jesus me concedeu esta vitória. Confesso:
pensei que iria descer à sepultura, mas se cumpriu a vontade do Senhor Jesus. Comecei
a pedir ao Senhor para Ele usar de misericórdia, e Ele ouviu minha oração. Aquele
que confia e crê pode ter certeza: o Senhor estende as Suas mãos de poder e usa
de misericórdia.
Como foi todo o processo de quarentena por causa da doença?
No momento que fui diagnosticado
como o vírus, passei uns dias em isolamento em minha casa. Não foi fácil. Os sintomas
iniciais que apareceram foram tosse seca, dores no corpo e dor de cabeça. No segundo
dia, eu senti a garganta inflamada, febre. Daí por diante, começou o processo. Perdi
o paladar, o olfato. Passei um período de quase seis dias praticamente sem me
alimentar. Se eu colocasse, por exemplo, uma banana ou uma maçã na boca,
passava quatro ou cinco minutos mastigando para engolir, com a maior
dificuldade. No quinto dia, eu estava com diarreia. Nos sexto e sétimo dias,
além da diarreia, vômito, e muitas dores. Mas depois disto, para glória do
Senhor, Ele usou de misericórdia e me fez vencedor. Repito: Jesus me fez
vencedor contra a covid-19.
Que mensagem o irmão pode deixar para nossos leitores?
Eu digo: esta doença não é
brincadeira, é algo sério. Digo a qualquer pessoa: procure orientação médica
para tomar qualquer medicamento. Não tome medicamento sem orientação. Esta doença
mata. Não é brincadeira.
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