Obedeçam-lhes, para que o trabalho deles seja uma
alegria e não um peso, pois isso não seria proveitoso para vocês. (Hebreus 13:17)
Tem aumentado
assustadoramente os casos de suicídio entre pastores. Diante disso os
questionamentos são cada vez maiores.
Muitos
se esforçam para compreender e explicar o que está causando esse mal.
Sinceramente
eu não sei explicar o que está causando isso, mas quero refletir sobre três
fatores que podem levar a uma das causas para esse desfecho terrível na vida do
ser humano, sobretudo do servo de Deus.
1- Comparação.
Como
não poderia ser diferente, a igreja acompanhou a explosão de informações
trazidas pela internet. Temos muitos sermões a nossa disposição. Temos de Charles
Spurgeon aos pregadores atuais. Pregadores sérios de púlpitos com mensagens
poderosas a pregadores animadores de auditório com mensagens centradas no ser
humano apenas para agradar a platéia. (Vou me referir apenas aos bons e sérios
pregadores).
Muitos
membros de igrejas começam a comparar esses sermões e ou pregadores com o seu
pastor e seus sermões. Começam a cobrar, se tornam mais exigentes com essas
comparações.
Ora,
compreendo que o servo de Deus deve se esforçar sim na preparação de seus
sermões para a vida saudável de sua igreja. Mas sem pressão. A comparação é algo
terrível na vida de alguém.
Imagine
o marido fazer sempre comparação da comida que a esposa prepara com a do
restaurante, elogiando mais esta do que a dela. Por certo ela não ficará feliz.
Se o
seu pastor não tem um bom sermão, ore a Deus para que o capacite mais, mas não
faça comparações. O que você comenta às escondidas com um irmão chegará aos
ouvidos dele com mais veneno ainda.
Sei
que tem sermões que parecem ou não são tão bons, mas reflita no fato de que
pode ser exatamente o que Deus quer que você escute.
Nem
todo mundo pode tomar o bom café com açúcar. Há casos que o alimento precisa
ser amargo ou sem tempero, depende da condição saudável ou não de cada um.
Outra
coisa, sem tirar o mérito dos “grandes” pregadores, eles podem preparar com
muita calma uns dois ou três sermões e rodar o Brasil e o mundo o ano inteiro
pregando-os. O seu pastor precisa preparar no mínimo mais de cem sermões por
ano.
Ore
por ele.
2- Solidão
Procure
vir logo ao meu encontro, pois Demas, amando este mundo, abandonou-me e foi
para Tessalônica. Crescente foi para a Galácia, e Tito, para a Dalmácia. Só
Lucas está comigo Traga Marcos com você, porque ele me é útil para o
ministério. (2
Timóteo 4:9-11)
O
apóstolo Paulo expressou a solidão em seu ministério. A solidão é sem dúvida um
mal que machuca muitos pastores.
O
pastor deixa a sua cidade, a sua família, seu círculo de amigos e vai para um
“terra estranha” com pessoas desconhecidas de cultura desconhecida.
Muitos
deles vão apenas com a esposa, pois muitos filhos já estão casados e outros não
têm filhos.
Os
membros da igreja precisam entender que além de ovelhas, eles devem ser amigos
do seu pastor.
A igreja quer ser acompanhada, ouvida, tratada. Isso é
justo. Mas deve lembrar também que o pastor é humano e precisa ser ouvido, dar
risadas, compartilhar experiências.
Muitos
pastores sentem-se muito sozinhos no seu campo missionário. Enquanto estão no
templo estão rodeados de pessoas, depois daquele momento olham em volta e se
veem sozinhos.
Outros
enfrentam mais solidão ainda em casa, pois a esposa e filhos por estarem
insatisfeitos por viverem em tal cidade, culpam-no e afastam-se ainda mais
dele.
Muitas
igrejas ignoram seu pastor em datas comemorativas como Natal e Ano Novo, por
exemplo. Sabendo que ele não tem família na cidade, cometem a deselegância de
não convidar a família pastoral a unir-se a uma das famílias da igreja. Por
falar nisso, você convidou a família pastoral de sua igreja para a Ceia de
Natal ou de Ano Novo?
3- Sobrecarga.
Respondeu
o sogro de Moisés: "O que você está fazendo não é bom. Você e o seu povo ficarão esgotados, pois
esta tarefa lhe é pesada demais. Você não pode executá-la sozinho. (Êxodo 18:17,18).
Jetro,
o sogro de Moisés percebeu o esgotamento
do genro por estar trabalhando sozinho e entendeu que ele não iria muito longe
na sua missão. Então propôs que Moisés dividisse as tarefas.
Muitas
igrejas atribuem todas as suas tarefas exclusivamente ao pastor.
Os
diáconos parecem mais um conselho fiscalizador do ministério pastoral. Estão
mais interessados em controlar a vida do pastor que ajudá-lo. Os demais membros
na hora em que lhes é sugerida alguma atribuição, ouvimos mais a palavra declino que um Amém.
Falamos
que a igreja é um corpo, como de fato é, mas parece que não entendemos o que
seja um corpo.
Em um
corpo todos os membros trabalham. Fomos designados a trabalhar em cooperação
com o nosso líder levantado por Deus.
No
texto abaixo, nossos pastores estão incluídos no na palavra “outros”.
Levai
as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo. (Gálatas 6:2)
Cobramos
muito de nossos pastores, talvez seja a hora de cobrar mais de nós mesmos.
Orem
por seus pastores, ouçam-no, ajudem-nos. Eles têm as mesmas necessidades que as
ovelhas.
Roberto
Celestino é diácono da Primeira Igreja Batista em Taquaritinga do Norte-PE
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