Recife, 15 de março de 1900 - 18 de julho de 1987
Atual, profundo, polêmico e necessário.
Reverenciar Gilberto de Mello Freyre.
Não apenas o “Mestre de Apipucos”; da obra vultosa, castiça, acadêmica, respeitada intercontinentalmente; o intelectual brasileiro mais premiado da história; o autor celebrado de Casa-grande & senzala; idealizador da Fundação Joaquim Nabuco e do Museu do Homem do Nordeste, mas, aquele que “me ensinou” logo cedo a pronunciar "o Recife" e não simplesmente "Recife", e "do Recife" e não "de Recife".
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Gilberto Freyre. Foto do Arquivo Nacional |
Aquele que melhor me descreveu os segredos do Recife e de Olinda, com seus quintais senhoriais, repletos de jaqueiras, gravioleiras, pitangueiras, mangueiras e cajueiros de causar inveja.
Esse Gilberto, bem mais leve e divertido, que fala das guloseimas, que se ocupou em debruçar-se sobre velhos cadernos de receitas coloniais, tratando sociologicamente a doceria, os bolos e quitutes e tantas outras riquezas da tradição pernambucana, hoje tão carente de maiores cuidados...
Gilberto, o intelectual que reinventou o Brasil mostrando a sua verdadeira face, inserindo na historiografia “chapa branca”, outros tantos e tão importantes personagens, jogando luzes sobre a miscigenação do Brasil, a importância do índio e do africano que junto a europeus, forjaram a verdadeira face da nossa sociedade. Uma sociedade multicultural e multirracial, conceituando o Brasil como “um novo mundo nos trópicos”, ao invés de uma “Europa dos trópicos”.
Bravo!!!
Walmiré Dimeron é historiador
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