A era da tecnologia está em constante mudança. Os códigos binários a cada dia se tornam mais humanos do que virtuais. Nesse texto irei falar sobre o novo lançamento da Netflix, um filme clichê, mas esperado pelo público adolescente pelo fato de ter como principal personagem o Noah Centineo, ele que caiu na graça das meninas apaixonadas por roteiros românticos. O longa se chama Deslize. Pelo nome, infere-se que existe algo “escorregadio” na trama, ou simplesmente alguma coisa não deu certo, que alguém vacilou na história.
Na verdade, todas as alternativas supracitadas são encontradas no filme. A palavra “deslize” faz menção ao manuseio dos smartphones e seus aplicativos. Basta passar o dedo na tela, ou seja, deslizá-lo, que o garoto mais popular da faculdade escolhe com quem ele vai dormir durante aquela noite. É basicamente sobre isso que o roteiro do filme fala: relacionamento e sexualidade. Jovens alunos do curso de Ciências da Computação moram todos no mesmo ambiente universitário, estilo típico das academias norte-americanas. Os meninos dominam o ambiente, escolhendo com quem querem ficar. De início, a palavra “namoro” é proibida e temida. Os garotos só pensam em sexo e as garotas sonham em serem as próximas escolhidas.
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Foto: Reprodução/ internet |
No entanto, entre eles existem duas pessoas que não se encaixam no perfil da maioria, porém, suas identidades pessoais são camufladas, para assim poderem viver entre os amigos. Aqui começo a falar sobre relacionamentos cristãos no século XXI. O longa é bem claro e retrata a maneira que os jovens não cristãos “namoram”. O amor não é relevante, a espera é inexistente e o prazer é a base de relacionamentos que têm temporalidades curtas.
A história do filme se torna interessante quando um jovem nerd, o James, cria um aplicativo de relacionamento, quando nele o casal não pode divulgar idade, nome, apenas uma foto com lingerie da garota e o endereço de encontro para passarem a noite. O app acaba viralizando, rompe as fronteiras acadêmicas e chega até a mãe do criador do programa, que pediu seu anonimato – por vergonha de mostrar que ele é inteligente e pela ideia ser supérflua. Quem recebe todo o crédito pelo aplicativo é, claro, o galã da trama, o Noah Centineo, que no filme se chama Lance.
Pelo fato da mãe do menino nerd ter marcado um encontro a partir do aplicativo, ele ficou envergonhado e o desativou. É óbvio que os garotos ficaram furiosos, mas as meninas começaram a não aderir mais àquela ideia. Sem garotas, sem sexo. James se escondeu na casa que as meninas moravam e percebeu que todo o contexto do aplicativo fazia mal para elas, principalmente para o seu amor platônico, a Hannah. A garota inteligente e que sequer baixou o aplicativo em seu smartphone.
A partir dessa convivência com as garotas, James disse que iria modificar a estratégia do Jungle, o famoso aplicativo, tornando as meninas as peças mais importantes do jogo. Até que chega o momento em que os garotos revelam a sua identidade, afirmando ser James o grande criador do aplicativo. Enfurecidas, as meninas questionam o gênio da faculdade, do porquê da criação do app, quando ele confessa que foi tudo por amor à Hannah. Ele sabia que ela não iria entrar na onda no app e que talvez assim ele teria uma chance com ela.
E não é que deu certo? E além disso, é no final do filme que encontrei a cena mais bela. As garotas aguardam ansiosas pelo próximo aplicativo. James chega pra elas e diz que não é necessário criar algo que já existe. Ele diz que o que há no interior delas é o que mais importa, que Deus já as criou de forma perfeita e que cabe aos garotos respeitarem e amarem elas do jeito que elas são.
Confesso que voltei a cena para conferir se foi isso que o James disse mesmo, e realmente foi. No meio de toda uma história tão comum entre a juventude desse século, encontrei um coração que teme à Deus, que reconhece a Sua criação e esse coração é do personagem que muda a história da trama. O ensinamento de James para os jovens cristãos que estão em busca de um relacionamento sério não é a maneira certa de namorar ou quais são os passos para se chegar nessa pessoa, mas sim conhecer a essência de Cristo que há nos corações das pessoas. Daí você pode se questionar: então eu só posso namorar um/uma menino(a) cristão(ã)? Não sei. Quem sabe Deus queira te usar para levar a pessoa amada para os braços dEle?
Mylena Macêdo é estudante de jornalismo
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