O desfile da escola de samba Gaviões da Fiel este ano
encerrou a segunda noite do Carnaval de São Paulo em meio a polêmicas.
Reeditando o samba-enredo de 1994, “A Saliva do Santo e o Veneno da Serpente”,
trouxe várias representações religiosas para a avenida, embora o objetivo seria
contar uma lenda árabe sobre o surgimento do café.
Elogiado pelos comentaristas da TV e nas redes sociais, a
performance também gerou muitas críticas. Em especial por conta da
representação da ‘batalha do bem contra o mal’ onde Satanás e seus demônios
confrontavam Jesus e seus arcanjos.
Embora o tema fosse o café, a religiosidade deu o tom. No
terceiro carro alegórico havia uma gigante escultura de Oxalá, com pretos
velhos e Exus nas laterais e um enorme São Jorge, padroeiro do clube e da
escola de samba no topo.
Em outros carros alegóricos, figuras de Satanás, associado à
serpente, que teria enganado Santo Antão, conforme o tema proposto para o
samba-enredo.
Contudo, a representação de Antão com as características
geralmente atribuídas a Cristo gerou debate. Em especial no momento em que ele
é aparentemente derrotado pelo diabo.
Para usuários das redes sociais ficou evidente que a
representação era de Jesus, embora a escola alegue que era de Santo Antão, um
monge cristão que viveu no Egito no século III.
Primeiramente porque logo atrás da comissão de frente havia
uma alegoria do santo com uma representação de um homem careca e com roupas
longas, bem diferente do passista que carregava uma coroa de espinhos na cabeça
e com apenas um tecido enrolado no quadril.
Além disso, o momento onde ele cai, com os braços estendidos
em forma de cruz e o passista que interpreta o Diabo coloca o tridente sobre o
‘santo’ remete a uma postura vitoriosa do mal, o que incomodou muitos cristãos.
Coreógrafo da Gaviões diz
que objetivo era “chocar” e “mexer com a fé”
As imagens do desfile da escola de samba Gaviões da Fiel,
ocorrido na madrugada deste domingo (3) em São Paulo, geraram uma enxurrada de
comentários nas redes sociais.
Diversos cristãos, tanto evangélicos quanto católicos,
reclamaram da maneira como Jesus foi representado na avenida. Em determinado
momento da coreografia, o diabo aparece vencendo a Cristo, que cai ao chão com
os braços estendidos em forma de cruz. Muitos comentários afirmavam que
tratava-se de uma exaltação da figura do diabo, algo que já ocorreu outras
vezes em desfiles de Carnaval
Essa “derrota” é seguida por um momento quando o demônio
também luta com os arcanjos. Os comentaristas da rede Globo, que transmitia o
desfile, no entando, diziam que aquele, na verdade, não era Cristo, mas Santo
Antão, um monge egípcio do século II.
Contudo, Edgar Junior, o coreógrafo da Gaviões declarou numa
entrevista após o desfile, que realmente era a figura de Jesus e que planejou
esse embate, com a derrota do Salvador, para “chocar”.
“O foco era chocar. Essa comissão de frente foi incrível e
alcançou nosso objetivo, que era essa polêmica com a fé de cada um”, explicou.
Chico Pinheiro, comentarista da Globo, posteriormente
reconheceu que a emissora errou ao falar sobre a escola e dizer que a figura
lutando com o demônio era um santo católico.
Fonte: Gospel Prime
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