Quem foi Jesus? O
homem que transformou e dividiu a história, um profeta, um rabino, um filósofo,
o Filho de Deus, Deus? Muitos estudiosos se debruçaram em pesquisas que
investigaram a identidade desse Jesus, o qual é reconhecido como Rei dos
Judeus, Filho de Deus, Salvador do mundo, Ele é Deus. Todavia, vivemos num
mundo cuja égide filosófica é antropocêntrica, assim, ser racional e
intelectual é negar a identidade divina de Jesus, o Cristo; é negar a
existência de um Deus criador; é crer que surgimos de uma única molécula, a
qual explodiu, evoluiu, formou e transformou tudo que nossos olhos são capazes
de contemplar.
Crer na existência de Jesus requer leituras de livros
históricos, mas compreender o lado divino de Jesus exige fé e experiência
pessoal. A lógica humana conduz-nos a refletir que Jesus era um homem especial,
a fé nos fará crer que esse aspecto incomum, esse diferencial é revelador de
sua identidade divina.
Em Cristo inicia-se uma nova maneira de relacionar-se com
Deus, em Cristo recebemos o perdão, somos justificados, santificados,
rejeitamos o pecado; em Cristo tudo se faz novo, resgatamos nossa identidade
original: adoradores. Sejamos verdadeiros adoradores, adoremos em espírito e em
verdade. A Deus seja a glória para todo o sempre amém.
A indicação de leitura hoje é o livro Em defesa de Cristo, de Lee Strobel. Deus vos abençoe.
Que Jesus foi homem e habitou entre nós não há dúvida;
nenhuma literatura alcançaria a dimensão de forjar a imaginação de toda uma
população, de múltiplos povos, de várias épocas e dos mais diversificados
profissionais das inúmeras áreas que relatam e testificam que um homem chamado
Jesus foi o responsável por mudanças num grande império: o Romano, e a partir
dele a história da humanidade foi transformada. Ele existiu, foi um homem, mas
que homem é este que é seguido e adorado mesmo tantos anos após sua morte (e
ressurreição), o que havia de especial neste Jesus? A Bíblia, livro sagrado
considerado a Palavra de Deus, faz relatos sobre a missão de Jesus:
reestabelecer a união entre Deus e o homem. O homem afastado da presença de
Deus em decorrência do pecado agora tinha a esperança de um resgate, um
"recosturamento” do laço que fora rasgado, Ele fora prometido, aleluia,
glórias a Deus, o nascimento de Jesus reavivou a esperança da reconciliação.

Desde os profetas, ainda no Antigo Testamento havia a
promessa de um Cristo. Os livros do Novo Testamento iniciam relatando sobre o
nascimento de Jesus. Maria, uma jovem noiva e virgem recebe a visita de um anjo
que lhe anuncia a graça de conceber, dá a luz e cuidar da criança que era o seu
próprio Salvador. José, homem bom, duvida, e quem não duvidaria da concepção
espiritual do bebê gerado no ventre de sua noiva, mais uma vez um anjo surge,
agora em sonho, e confirma o plano que Deus tinha escrito para sua família -
sim Jesus nasceu numa família: um homem, uma mulher e seus filhos, o que passa
disso são “arranjos” e não excluam o ar pejorativo que esta palavra carrega em
si: algo deveria ser de um modo, mas fez-se um “arranjo”, outra maneira para
ser; isso revela as falhas, os improvisos, algo que esconde um problema,
defeitos. Com a revelação José creu, a partir de então as passagens bíblicas
estão recheadas de confirmação de que Jesus era o Cristo de Deus.
Ao nascer Jesus fora visitado por pastores que receberam de
Deus a revelação sobre o nascimento de um menino que estaria envolto em panos e
deitado numa manjedoura, creio que não seja comum dar a luz em estrebarias e
pôr um recém-nascido numa manjedoura para repousar. No momento da revelação e
durante o nascimento um exército celestial cantava “glórias a Deus nas alturas
e paz na terra aos homens a quem Ele quer bem”. O nascimento de uma criança é algo
festejado, e com Jesus não seria diferente, festa nos céus e na terra. 25 de
dezembro provavelmente não é a data exata do nascimento de Jesus, mas o que
importa é comemorar que o verbo se fez carne para salvar e resgatar o homem do
pecado.
Em todo o mundo o Natal transforma os sentimentos, põe nos
indivíduos uma alegria, um doar-se para o bem do outro, foi isso que Jesus fez,
Deus fez, doou-se a si mesmo, por amor, para o nosso bem, não troque o “Feliz
Natal” pelo simples “Boas festas”, felicidades pelo Natal em todos os dias de
nossas vidas.
Desde o pronunciamento, advindo o próprio nascimento, até
chegar à cruz, a Bíblia confirma o caráter divino de Jesus. A exemplo: Simão,
um homem descrito como piedoso a quem Deus prometera não morrer até ver o Cristo,
reconheceu e testificou sobre a identidade de Jesus quando este fora consagrado
no Templo, o mesmo fez Ana, profetiza da época. Durante o batismo o céu se
abriu, o Espírito de Deus desceu em forma corpórea de pomba e uma voz bradou
"este é meu Filho amado, em quem me agrado”. O Pai, o Filho e o Espírito
juntos outra vez, de igual maneira fora no ato da criação.
Após o batismo Cristo foi conduzido ao deserto para orar e
jejuar por 40 dias, foi tentado pelo diabo que o questionou sobre sua
divindade, Jesus não cedeu à tentação e ao término dos dias foi servido por
anjos e Deus mais uma vez brada dos céus “esse é meu Filho amado de quem me
agrado” outra passagem que corrobora a identidade divina de Jesus está descrita
no momento da transfiguração, quando envoltos pela nuvem, uma voz brada “Este é
o meu Filho, o Escolhido; ouçam a ele!". Chorar, sentir fome, dor, medo,
saudades, tristeza, morrer, tudo isso fez parte na natureza humana de Jesus,
mas curar, multiplicar comida, andar sobre as águas, acalmar tempestade,
ressuscitar, salvar, faz parte da natureza divina de Jesus. “Eu e o pai somos
um”, “quem vê o Filho, vê o Pai”, “quem me confessar o confessarei, quem me
negar eu o negarei”, “aquele que beber da água que eu dou jamais sentirá sede”,
“eu sou a porta”, "Sou o pão da vida", "Sou a videira
verdadeira", “eu sou o caminho, a verdade e a vida”. As Escrituras revelam
que Jesus sabia quem era e conhecia sua missão, "tu és o Cristo, Filho do
Deus vivo", afirmou Pedro, Jesus responde assegurando que Simão era bem
aventurado, pois quem revelou tal declaração fora o Pai celestial.
No livro de João, capítulo 14, há uma narrativa de uma
conversa entre Jesus e os discípulos na ocasião Ele reafirma "Eu e o Pai
somos um". Ainda em João, 2 - 19, Jesus fala sobre sua morte e
ressurreição, isto testifica que lhe era sabido sua missão. Antes de ser preso,
ao orar no jardim do Getsemani, Jesus declara "Aba, Pai tudo te é
possível. Afasta de mim este cálice", apesar de sua tristeza e ciente da
magnitude de seu ato prossegue "contudo não seja como eu quero, mas sim o
que tu queres". Agora ressuscitado Ele está ao lado direito do trono do
Pai, intercedendo por nós, até que um dia em resplendor e glória retornará a
terra para julgar e ser adorado por todos.
Ao reconhecermos a identidade de Jesus Cristo e decidimos
crer nele e em quem o enviou, ao tornarmo-nos seus servos indagamos: quanto a
mim, qual minha identidade, qual a minha missão? O que Deus quer para minha
vida?
Em Gênese o Senhor nos revela nossa formação: do pó da terra
Deus formou o homem, e soprou o fôlego de vida. Com pó da terra fez-nos um
boneco de barro, mas o sopro fez-nos homem; com barro deu-nos forma, mas o
Espírito deu-nos vida. Contudo o pecado esvaziou-nos de Deus, assim ficamos
como já declarou o filósofo e literato Dostoievski "existe no homem um
vazio do tamanho de Deus". Ademais de saber como fomos formados atormenta
saber o porquê de termos sido formados, qual a finalidade de nossa criação?
Em Gêneses sabemos como fomos formados, em toda Bíblia sabemos
o porquê de termos sido gerados. Ainda Dostoievski afirma “O segredo da
existência não consiste somente em viver, mas em saber para que se vive.” Em
Isaias o Senhor diz "Esse povo que formei para mim, para que me desse
louvor", certamente essas palavras é um das mais nítidas quanto ao papel
que o homem deve desempenhar, explica claramente o desígnio de nossa
existência, nascemos para louvar, glorificar a Deus, testificar suas obras,
somos suas testemunhas, ainda em Isaias 43:10 "vocês são minhas testemunhas,
declara o Senhor, e meu servo a quem escolhi, para que vocês saibam e creiam em
mim e entendam que eu sou Deus" no versículo 12 "vocês são
testemunhas de que eu sou Deus" como o mundo irá crer se não há quem
pregue, e como pregar se ninguém se dispõe a ir? Devemos fazer como a mulher
samaritana do poço de Jacó, ela esperava o Cristo (Cristo era promessa de
Deus), ao encontrar com Ele, ouviu suas palavras, creu e saiu a testificar
sobre o que lhe havia ocorrido e através de suas declarações muitos creram em
Jesus. Ela teve o vazio de sua existência - que outrora tentava preencher com
suas paixões - agora totalmente abarrotado pela presença de Jesus. Depois, cada
samaritano cria não mais pelas palavras daquela mulher, mas por suas próprias
experiências.
Acreditar que Jesus é o Cristo exige experiência pessoal.
"Eu te conhecia de ouvir falar, mas agora meus olhos podem te ver, disse
Jô referindo-se a Deus. Aquele que tem um encontro com Cristo é transformado,
aquele que ouve e aceita a Cristo tem sua vida transformada, em 2 Coríntios
5:17 diz: portanto se alguém está em Cristo é nova criatura, as coisas antigas
já se passaram, eis que surgiram coisas novas. "Sou eu, eu mesmo, aquele
que apaga as tuas transgressões, por amor de mim e que não se lembra mais de
seus pecados" Isaias 43:25. O amor de Cristo se revela no momento de sua
encarnação com a finalidade de descer à cruz, morrer, sacrificar-se em nosso
lugar para nos regenerar com Deus. E nisso somos suas testemunhas, o
relacionamento pessoal com Cristo nos habilita a sermos suas testemunhas.
O apóstolo Paulo ainda nos exorta a sermos imitadores de
Cristo, imitar a Cristo implica observar sua identidade, suas ações, sua
disposição em perdoar, seu compromisso com o reino de Deus, sua comunhão com o
Pai e reproduzir tais comportamentos em nossas vidas. Não há humildade maior
que abrir mão de sua própria essência para salvar o homem, foi isso que Jesus
fez, abriu mão de seus atributos divinos para se igualar ao homem, sofrer,
padecer e consequentemente salvar a humanidade. Imitemos a Cristo, rejeitemos
nossa essência carnal, abramos mão dos nossos desejos e vontades e decidamos
servir a Deus, assim como Cristo o fez ao morrer em morte de cruz, serviu a
Deus para resgate do homem. Sirvamos a Deus glorificando o Filho.

A indicação de leitura hoje é o livro Em defesa de Cristo, de Lee Strobel. Deus vos abençoe.
Amanda Rocha é professora. Escreve em ConTexto às
quintas-feiras.
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