O que não era segredo
para ninguém, agora foi admitido publicamente por Mark Zuckerberg: o
Facebook emprega, quase que hegemonicamente, pessoas com pensamento
alinhado à ideologia de esquerda, e isso se reflete, na prática, em
uma postura de censura à corrente política oposta.
O bilionário
empresário criador da mais popular rede social do planeta foi
convocado pelo Senado dos Estados Unidos para prestar depoimento a
respeito do escândalo do vazamento de dados pessoais de 87 milhões
de pessoas. Um dos momentos mais tensos foi a fase de interrogatório
liderada pelo senador cristão Ted Cruz, do Texas, uma das lideranças
conservadoras do país.
A prática da rede
social, mundo afora, é de censura. No Brasil, recentemente, a
plataforma excluiu a página de um site cristão, de
forma sumária. O mesmo vem acontecendo nos Estados Unidos ao longo
dos anos com páginas de lideranças conservadoras, ou de empresas
que se alinham a essa linha ideológica.
Acuado, Mark Zuckerberg
admitiu que sua empresa não agiu da melhor forma para evitar
excessos e desmandos: “Enfrentamos vários problemas com democracia
e privacidade. Vocês estão certos em me questionar. Facebook é uma
empresa idealista, no começo pensamos em todas as coisas boas que
poderíamos fazer. Mas está claro agora que não fizemos o
suficiente para impedir que essas ferramentas sejam usadas para o mal
também. Isso vale para fake news, interferência em eleições
e discurso de ódio”, declarou.
O senador Ted Cruz foi
um dos mais incisivos em seus questionamentos, cobrando explicações
sobre a postura de defesa do progressismo em detrimento do
conservadorismo: “Há muitos usuários que estão profundamente
preocupados com o fato de o Facebook e outras empresas de tecnologia
terem adotado um ‘padrão difuso’, mostrando preconceito e
censura a certas posições políticas”, argumentou.
Zuckerberg tentou
minimizar as críticas populares, mas Ted Cruz insistiu, e citou
casos conhecidos de páginas conservadores ou claramente “à
direita” que foram banidas, lembrando ainda do caso de Lois Lerner,
uma ex-funcionária do Facebook que admitiu ter coibido
deliberadamente conteúdos conservadores e postagens de direita.
Além disso, segundo
informações do Hollywood Reporter, o senador citou casos como
os de páginas católicas, da empresa de fast-food Chick-fil-A,
que pertence a um evangélico e defende princípios da família
tradicional, do radialista Glenn Beck e de apoiadores do presidente
Donald Trump, que também foram censurados sob o argumento de que as
postagens eram “inseguras para a comunidade”.
A resposta do CEO do
Facebook parecia a desculpa perfeita: “O Facebook e a indústria de
tecnologia estão localizados no Vale do Silício, uma região
sabidamente com inclinação à esquerda. Esta é uma preocupação
que tenho e tentamos erradicar na empresa, assegurando que não temos
qualquer preconceito no trabalho que fazemos”, disse Zuckeberg.
No entanto, Ted Cruz
decidiu apertar Zuckerberg ainda mais, citando o caso de Palmer
Luckey, um alto funcionário do Facebook que foi demitido dias após
declarar seu apoio a Trump nas eleições de 2016, e acrescentando a
pergunta: “quantas publicações ou páginas em defesa do aborto,
ou de candidatos progressistas, receberam o mesmo tratamento?”.
Sem uma explicação
convincente, Zuckerberg afirmou que não estava ciente de todos os
casos citados, mas evitou afirmar que não houve motivação
ideológica na censura: “Estou comprometido em garantir que o
Facebook seja uma plataforma para todas as ideias. Esse é um
princípio fundador muito importante do que fazemos”, disse,
demonstrando nervosismo.
Zuckerberg falou ainda
que combate conteúdos ligados a terrorismo, e que a linha que separa
uma manifestação legítima de algo ofensivo é tênue: “Discurso
de ódio é uma das coisas mais difíceis de identificar. Tem que
entender o que é ofensivo, o que é odioso. A linha entre o que é
discurso político legítimo e discurso de ódio pode ser difícil de
identificar”, defendeu-se.
Ao final dos
questionamentos de Ted Cruz, o empresário foi questionado se queria
fazer uma pausa, tamanho o nervosismo que ele expressava com a
postura contundente e incisiva de Ted Cruz. Zuckerberg agradeceu a
oferta e disse que preferia continuar a audiência sem interrupções.
Fonte: Gospel Mais
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